sexta-feira, 4 de julho de 2008

FIBRAS NA ALIMENTAÇÃO INFANTIL


A contipação intestinal crônica funcional é muito frequente entre as crianças. Dados norte-americanos mostram que esse problema constitui motivo de atendimento em 3% das consultas pediátricas e 25% das consultas de gastrenterologia pediátrica.


No Brasil, dados isolados de especialistas revelam valores para crianças escolares que variam de 12 a 40% aproximadamente.
A fibra alimentar é conceituada como uma classe de compostos de origem vegetal constituída principalmente por polissacarídeos e outras substâncias associadas que, quando ingeridos, não sofrem hidrólise, digestão e absorção no intestino delgado de humanos. É formada por uma
mistura complexa de substâncias que apresentam diferentes efeitos fisiológicos, dependendo do tipo de fibra alimentar predominante. Uma de suas classificações leva em consideração sua afinidade com a água, classificando-as em insolúveis e solúveis. As fibras solúveis têm como efeito o retardo do esvaziamento gástrico, do tempo de trânsito intestinal e da absorção de glicose, assim como a diminuição do colesterol sanguíneo. Já as fibras insolúveis aceleram
o trânsito intestinal, aumentam o bolo fecal e também retardam a absorção da glicose. Por esses efeitos positivos, a fibra alimentar é também considerada como parte do grupo de alimentos funcionais. Determinadas fibras alimentares, como a inulina e a oligofrutose, possuem também efeito prebiótico estimulando o crescimento de bactérias benéficas, especialmente bifidobactérias
e lactobacilos, promovendo a prevenção da colonização intestinal pelos organismos patogênicos.
Estudos relatam efeito benéfico do uso de fibra alimentar com a diminuição do risco, na idade adulta, de doenças crônicas como alguns tipos de câncer, doença cardiovascular e diabetes tipo 2. Na infância, dietas com maior teor de fibras têm sido usadas na hipercolesterolemia, na obesidade, na constipação e no diabetes mellitus. A fibra alimentar é introduzida ao lactente através das frutas e legumes, de maneira gradual. A recomendação de fibra alimentar na dieta infantil, para crianças acima de dois anos e adolescentes sadios, segundo a Fundação Americana de Saúde, é determinada pela idade em anos mais 5g como ingestão diária mínima, e pela idade em anos mais 10g como ingestão diária máxima, até o máximo de 35g por dia (ex: para criança
de 3 anos, a ingestão diária seria de 8 a 13g ). Para adultos, nos Estados Unidos, recomenda-se o consumo diário de 25 a 35g de fibras. Estas recomendações têm por objetivo manter o funcionamento intestinal adequado e prevenir o aparecimento de doenças crônicas.
O fornecimento da fibra alimentar deve ser feito, de preferência, através de variados alimentos ricos em fibra, como: legumes, hortaliças, frutas, algas, cereais e outros grãos. Deve-se ter cautela com o excesso no consumo de fibra alimentar, o que pode comprometer a ingestão de
outros alimentos, como proteínas, lípides e carboidratos, resultando também em menor ingesta calórica. O excesso de fibra também está associado à diminuição na biodisponibilidade de vitaminas, cálcio, zinco, magnésio e ferro (sobretudo quando associada a fitatos, oxalatos
e substâncias fenólicas), diminuindo, assim, a absorção destes micronutrientes pelo trato digestivo. A recomendação do acréscimo de fibras alimentares na dieta é baseada nos diferentes efeitos fisiológicos que as diferentes frações da fibra podem apresentar. Após os 20 anos de idade, recomenda-se que 25% das fibras ingeridas sejam solúveis. Suplementos de fibra não são recomendados para crianças, exceto no tratamento de situações específicas, como alguns casos selecionados de constipação intestinal, obesidade e hipercolesterolemia. Como a fibra alimentar
aumenta a retenção de água no intestino grosso, deve-se aumentar o aporte de ingestão hídrica proporcionalmente ao aumento do consumo da fibra.




Medidas de intervenção


Organizar os horários das refeições para garantir volume alimentar suficiente, e assim, estimular o reflexo gastro-cólico. Essa medida muitas vezes já é suficiente para regularizar o trânsito intestinal das cruianças, visto que horários para se alimentar fará com que haja um maior consumo de pães, cereais, batata, feijão e legumes, isto é, a alimentação básica, que permitirá aumento da ingestão de fibra.




Manter os hábitos alimentares básicos da criança, introduzindo pequenas alterações como obrigações diárias.


Se a criança não aceita cverduras e legumes, iniciar pelas frutas, ou uso de arroz com cenoura, brócolis e bolinho de verdura.




Se a criança não consome água, iniciar com 2 copos ao dia e ir aumentando gradativamente.






Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Marcela, queria alguma sugestão de suplemento de fibras para minha filha. Ela tem 10 anos, obesa e não consigo convence- lá de comer alimentos ricos em fibras.