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domingo, 25 de dezembro de 2011

As comidas e a História

Você sabia que por trás de alimentos que comemos nos dias de hoje, como a maionese, o croissant ou até mesmo o sanduíche, há ligações com eventos ou personagens de nossa história? É isso mesmo - esses alimentos nasceram há muitos anos e espalharam-se pelo mundo, chegando até as nossas mesas, e é a relação desses alimentos com a História que vamos conhecer um pouco mais agora.

Primeiro, vamos falar da maionese, molho muito utilizado em nossos lanches. As pessoas podem não saber, mas esse simples molho foi criado em comemoração a uma vitória dos franceses sobre os ingleses na Guerra dos Sete Anos. Em 1756, depois da vitória das tropas do Duque de Richelieu sobre os ingleses, o cozinheiro da corte queria fazer um banquete comemorativo, mas não havia ingredientes suficientes para isso, pois estavam em uma pequena ilha espanhola do Mediterrâneo, em uma cidade chamada Mahón, na qual existiam ovos e azeite em abundância. Foi aí que ele teve a ideia de bater os dois ingredientes, e, assim, nasceu um molho que foi batizado de mahonaise, em homenagem à cidade em que foi criado. De lá, o molho foi para a França, teve sua grafia alterada para mayonnaise e ganhou o mundo.

Já o croissant também tem uma história interessante, pois, segundo o que se conta, também nasceu em um contexto de guerra. No século XVII, o Império Turco Otomano estava tentando aumentar suas possessões sobre a Europa e tentaram invadir a cidade de Viena, capital da Áustria. No entanto, vendo a impossibilidade de se trespassar as muralhas da cidade, os turcos decidiram cavar túneis, para, assim, passar por baixo das muralhas e invadir a cidade. Eles faziam isso à noite, quando todos estavam dormindo, para não serem descobertos. Mas, havia um grupo de padeiros que passava toda a noite trabalhando, e, quando ouviram os barulhos dos túneis turcos, soaram o alarme e o plano turco falhou - isso foi no ano de 1683. Esses padeiros viraram heróis na cidade e foi decido criar um pão em homenagem ao episódio - foi assim que nasceu o croissant, que significa “crescente”, em francês, em referência à lua crescente, símbolo dos mulçumanos, e faz uma alusão à meia-lua presente na bandeira turca.

John Montagu, o Conde de Sandwich, inspirador da criação do nosso sanduíche

Já o sanduíche nasceu de um episódio muito menos dramático, pois não foi em meio a guerras, mas sim, em um jogo de cartas entre amigos. Havia, na Inglaterra do século XVIII, um nobre viciado em jogos de cartas chamado John Montagu, que tinha o título de Conde de Sandwich. Ele gostava tanto dos jogos de cartas, que não queria parar nem para comer. Foi assim que pediu para que um de seus criados preparasse algo que pudesse ser comido enquanto ele jogava cartas. O criado teve a ideia de colocar fatias de presunto em meio a duas fatias de pão e levou para seu amo comer. O conde adorou a nova receita, que logo começou a ser chamada de sandwich - depois aportuguesado para "sanduíche" - que, com mais pessoas querendo comer enquanto fazia suas atividades, ganha cada vez mais espaço no mundo.

Ou seja, cada alimento possui sua história, e aqui demos apenas uma pequena amostra dessa intensa relação entre História e alimentação. Caso você tenha gostado do assunto, pesquise mais sobre a história dos alimentos - há histórias muito interessantes, prontas para serem descobertas, que, muitas vezes, estão presentes em nossas mesas e nem percebemos.

Fonte: Clikideia

terça-feira, 2 de junho de 2009

Alimentação no Antigo Egito



A civilização egípcia iniciou sua história entre os rios Eufrates e Tigres, entretanto, foi às margens do rio Nilo que os egípcios, após se deslocarem até este, começaram o seu fortalecimento e crescimento. Estudiosos apontam que o crescimento da civilização está embasado no aumento da eficiência do trabalho do homem, fato que permitiu ao homem egípcio tornar-se muito produtivo.

A base da alimentação dessa civilização constituía-se de trigo, cevada e pão acrescidos de vegetais como a cebola, fava e lentilha, leite, queijo e uma grande variedade de peixe. A bebida consumida em quase todas as refeições era a cerveja. O dia era composto de três refeições, sendo a primeira com frutos; a do meio do dia era geralmente realizada fora do lar, com carnes, pão, vinho, cerveja e frutas; e a terceira refeição (considerada como sendo a principal), ocorria ao final da tarde e tinha a carne de ganso assada como prato preferido.

Dentre os alimentos disponíveis estavam frutas como figo, tâmara, pomo (fruto carnudo composto de paredes espessas do cálice que envolve um ou mais carpelos, tal como maçã, pêra, marmelo), romãs, amêndoas e outros. A chufa (planta chamada de amêndoa, pois ao ser esmagada produz um líquido com sabor característico) era o alimento predileto.


Também se cultivava cogumelo, repolho e ervilhas secas. Como condimentos, o alho e o açafrão eram amplamente utilizados, sendo o açafrão encontrado em muitas pinturas como oferenda ao deus Sol. Com relação ao leite, este deveria ser acondicionado em um vaso específico ornamentado com desenho na face externa. Cabe ressaltar que às mães resguardava a tarefa de amamentar em especial os filhos varões, e também lhes levar pão e cerveja enquanto eram educados na casa dos tutores.

Durante a antiguidade, a divisão do trabalho no Egito era de acordo com o gênero, cabendo aos homens a tarefa de trabalhar no campo, enquanto às mulheres deveriam despender seu tempo na confecção de artefatos domésticos. Como exemplos de utensílios utilizados na cozinha estão: cestos, pratos individuais, espetos de metal, colheres e copos de bronze.

Para os egípcios, a idéia de paraíso era como a de um campo de alimentação farto. Desse modo, adicionavam aos mortos o grão de uma planta chamada painço, por acreditarem que aquele que chegasse ao céu mereceria ter algo para comer. É importante destacar que muitos, por viverem em escassez de recursos financeiros, materiais, e até mesmo em situação de fome, desejavam após a morte, irem para o céu, lugar em que não passariam fome outra vez.

Retratando um pouco a alimentação no universo que permeava a figura do faraó, pode-se dizer que havia muita fartura. Havia todos os tipos de iguarias para serem consumidas o quanto bastasse: vinho, cerveja, mel, carne-seca, gordura animal, aves e azeite. Em comparação, o povo simples (em especial os camponeses) sofria com os efeitos da fome, bastando uma cheia repentina do rio ou o surgimento de uma crise política para assolá-los. Os itens presentes no cardápio dessa camada da população dita “povo simples” continham diferentes variedades de pão e uma cerveja muito energética chamada henequet.




A moral sempre esteve à mesa do povo egípcio. Comportar-se de modo sóbrio em relação aos prazeres da mesa era garantia de ordem social. Dentro disso estão envolvidas questões como respeito pela hierarquia (base do sistema social nessa época) e religião (que também impunha seus tabus).

Nos dias atuais, a alimentação dos descendentes dessa civilização continua sendo o pão e alguns alimentos como a lentilha e cebola, as quais compõem um prato típico do Egito – o “ensopado de ervilhas”, servido com cereal cozido e azeite de olivas. Influências como as advindas da culinária grega, italiana, árabe, turca e francesa, permitem uma ampla variedade de receitas e sabores. Entretanto, o doce preferido atualmente tem como ingrediente principal a amêndoa – muito consumida desde a antiguidade –, compondo iguarias como o kanafa (patê de amêndoas) e baklama (bolo de amêndoas). Há também o kebab, feito de carne de frango ou carneiro servida em um espetinho, que nos tempos dos faraós era consumido apenas uma vez ao ano.

Como curiosidade, a primeira prescrição dietética de que se tem relato está no papiro de Ebers datado de 3400a.C. Tal documento traz os dizeres: “por isso foram instalados postos com suas funções atribuídas para fornecer nutrição e todos os alimentos... Tudo tem que ser obtido dos mesmos, alimento, nutrição ou gêneros para os deuses e tudo que for bom para satisfazer suas necessidades alimentares”.

Referências

Agência de Notícias Brasil-Árabe. Disponível em: <
http://www.anba.com.br/>. A

Discovery Channel. Disponível em: <
http://www.discoverybrasil.com/egito/brasil_dc_egito_home/>.

Egito Turismo. Disponível em: <
http://www.egito-turismo.com/>.

Gastronomia e negócios. Disponível em: <
http://gastronomiaenegocios.uol.com.br/artigosecolunas_ver.php?idMateria=448>.

Michaelis. In: Universo OnLine. Disponível em: <
http://biblioteca.uol.com.br/?tipo=http%3A%2F%2Fmichaelis.uol.com.br%2Fmoderno%2Fportugues%2Findex.php%3F&palavra=pomo&x=14&y=10>.

Ornellas LH. A alimentação através dos tempos. 3ª. ed; Florianópolis: UFSC; 2003.

Tallet P. História da cozinha faraônica: a alimentação no Egito Antigo. São Paulo: Senac; 2005.