sábado, 25 de outubro de 2008

Efeito sanfona


Ser magra é o que passa pela cabeça de dez entre dez mulheres, pena que pela boca e barriga a coisa não funcione tanto. Mas para perseguir esse objetivo tem sempre uma dietinha da moda fazendo companhia, nem que seja má. Propaga-se assim, sucessivamente, o engorda-emagrece, engorda-emagrece, engorda-emagrece ao longo da vida e dos regimes. Essa dobradinha – sem trocadilhos – caracteriza o famoso, temido e amaldiçoado efeito sanfona. Praga que atormenta a mente, o corpo e a saúde de quem só quer ser esbelta.

O efeito sanfona, apesar de soar como uma maldição para quem só queria se livrar de alguns quilinhos extras, não é mero revés do destino. Seu mecanismo é cientificamente explicado e até bastante fácil de entender – rola uma coisa meio vingança do organismo, sabe? "Quando o organismo é privado de alimentos durante uma dieta, ele é obrigado a economizar. No momento em que se sai dela, o consumo é imediatamente estimulado e a pessoa acaba ganhando mais peso ainda. É como se o organismo fosse à forra, a fome e a necessidade de comer aumentam devido à restrição pela qual ele passou" E não é só no manequim, na balança e no espelho – que reflete celulites, estrias e flacidez – que os danos do efeito sanfona se manifestam. As taxas do sangue, como as de glicose e colesterol, também sofrem as conseqüências do engorda-emagrece a que o organismo é imposto.

Portanto, se sanfona não é seu instrumento predileto, ainda mais quando é tocada em seu corpinho, livre-se dela. Mas uma coisa é certa: não existe milagre, remédio ou dieta para emagrecer definitivamente, sem que aconteça uma mudança de comportamento. Este é o princípio número um para quem quer se ver livre do efeito sanfona. "Dietas desequilibradas mudam o metabolismo e exigem demais do organismo. Remédios também só fazem efeito enquanto estão agindo no hipotálamo – centro da saciedade – quando são suspensos, a fome volta. O que deve ser feito é uma reeducação alimentar. A pessoa precisa aprender a comer, porque ninguém vai tomar remédio ou fazer uma dieta maluca a vida inteira".

O segundo passo, então, rumo ao emagrecimento é mudar a alimentação. No cardápio, proteínas, carboidratos e gorduras devem continuar tendo lugar de destaque e a quantidade de comida é que deve ser reduzida. "A dieta ideal deve ser sem muitas restrições, cortar apenas aquilo que é realmente desnecessário e prejudicial ao organismo. No mais, ela deve se manter normal com carboidratos, proteínas e gorduras fazendo parte das refeições. O emagrecimento deve ser gradativo, conforme os hábitos vão sendo mudados".

Agora, se a sua nova postura alimentar vira-e-mexe é boicotada por ataques à geladeira, seu problema deve ser visto, não só por um nutricionista, também por um psicólogo. "Muitas vezes, a pessoa desconta seus problemas na comida. Se ela não tratar a origem deles, não vai ter dieta que dê jeito. Ela deve, além do nutricionista para se reeducar na alimentação, procurar ajuda especializada",

Cardápio e consciência reformulados, o próximo passo deve ser dado para longe do sedentarismo. Os exercícios físicos, além de queimarem calorias, liberam endorfinas – hormônio do bem-estar. Pode estar aí a força de vontade que você andava precisando.

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