quarta-feira, 15 de julho de 2009

Anvisa determina apreensão de galões de água em todo o País


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou nesta terça-feira (14) a apreensão dos galões de 20 litros da água mineral Minajen, engarrafada em Monte Aprazível, no interior de São Paulo, a 475 quilômetros da capital, por usar número de registro falso.
O Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo deve publicar nos próximos dias, no Diário Oficial do Estado, a interdição de todos os lotes de galões de 20 litros e estabelecer o prazo para que a Engarrafadora Gleriano, responsável pela industrialização da água, retire o produto dos pontos de venda de todo o País.
Mas a interdição da Anvisa chega com mais de três anos de atraso.
O empresário José Carlos Gleriano, dono da engarrafadora, diz que, por conta da burocracia - que atrasa a expedição do número de registro de sua água -, usa há mais de três anos o número de licença de funcionamento expedido pela Vigilância Sanitária, o qual atesta a boa qualidade da água.
"Meu assessor me orientou a usar este número enquanto o Ministério da Saúde não expedia o número de registro de comercialização. Isso durou mais de três anos".Segundo Gleriano, a Anvisa decidiu fazer a interdição só agora devido à denúncia de falta de número de registro feito por um concorrente.
"Ele ficou sabendo que conseguimos um laudo que coloca nossa água entre as melhores do País", contou. Gleriano diz que não vai retirar a água dos pontos de venda. "Vou recorrer, minha água não está contaminada e ainda mais que nesta semana consigo o registro do Ministério de Saúde", afirma.A engarrafora de Gleriano coloca por dia 60 mil litros diários de água em galões de 20 litros no mercado.
O consumo maior é numa região de raio de 150 quilômetros de Monte Aprazível, onde existem mais de 20 engarrafadoras concorrentes.O uso de garrafas pet de água com 20 litros é uma febre no interior de São Paulo, onde nos últimos 15 anos a população deixou de buscar água nas minas naturais para comprá-la no comércio. "A impermeabilização secou as minas e a água produzida pelos municípios, embora seja saudável, perde a qualidade na rede de distribuição e não é saborosa por causa do gosto do carbonato de cálcio.
Por isso, a população opta por comprar a água industrializada", explica o pesquisador Arif Cais, do Instituto de Biociências da Unesp de Rio Preto.
De acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Águas Minerais (Abinam), em 1995 o setor produziu 1,5 bilhão de litros de água mineral; em 2008, foram 7,5 bilhões, um crescimento de 10,2% em comparação com os 6,8 bilhões de litros produzidos em 2007. A associação informa que no País existem 450 indústrias de águas minerais e mais de 15 mil revendedores. Só no estado de São Paulo, segundo a Abinam, são produzidas pelo menos 120 marcas de águas minerais diferentes.

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