O consumo moderado de ácidos graxos ômega-3 e uma dieta com uma relação alta de ômega-3/ômega-6 foi associada com o alcance de valores glicêmicos normais em brasileiros descendentes de japoneses em estado pré-diabético.
Estudos relatam que a dieta consumida no Japão, rica em ácidos graxos ômega-3, é o alicerce para a proteção contra as doenças cardiovasculares e que os descendentes de japoneses nascidos no Brasil passam a adotar um estilo de vida ocidental, fortemente associado com o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2.
A hipótese deste estudo seria que mudanças na dieta poderiam melhorar o metabolismo da glicose. Mais especificamente, que a relação entre os ácidos graxos dietéticos, especialmente o ômega-3, e a razão entre ômega-3 e ômega-6, poderiam melhorar a tolerância à glicose após 12 meses de intervenção em brasileiros descendentes de japoneses com alto risco para desenvolver diabetes tipo 2.
Antes da intervenção, 455 descendentes de japoneses foram selecionados, sendo 36% deles com tolerância normal à glicose, 9,2% com glicemia de jejum alterada (ou “pré-diabetes”, glicemia de jejum de 100 a 125 mg/dL ou 5,6 a 6,9 mmol/L), 25% com tolerância alterada à glicose (glicemia de 140 a 199 mg/dL ou 7,8 a 11,0 mmol/L na segunda hora do teste da curva glicêmica) e 29% portadores de diabetes tipo 2.
Destes indivíduos, os autores selecionaram apenas os que apresentavam glicemia de jejum alterada e tolerância alterada à glicose, somando um total de 156 participantes. O estudo consistiu das seguintes intervenções no estilo de vida: 150 minutos de atividade física por semana, redução do consumo de carne vermelha, aumento do consumo de peixes (especialmente a sardinha, pois se trata de um peixe facilmente encontrado no Brasil, de baixo custo e elevado teor de ômega-3), aumento do consumo de óleo de oliva (duas porções por dia) e oleaginosas, além das recomendações gerais, como consumo de 400 g de frutas e vegetais por dia, redução da energia proveniente das gorduras saturadas (< 10%), redução de frituras e aumento do consumo de leite e derivados (2 a 3 porções por dia). Para os indivíduos com sobrepeso ou obesidade central foi prescrita uma dieta com restrição de 500 a 1000 Kcal/dia. Os participantes com peso dentro da normalidade puderam comer à vontade.
Durante os 12 meses de intervenção, os participantes frequentaram algumas sessões com nutricionistas e treinadores físicos. Foram colhidas medidas bioquímicas, antropométricas e recordatórios alimentares.
A idade dos participantes variava entre 31 e 87 anos. Após o período de intervenção, 36% dos indivíduos permaneceram com glicemia de jejum alterada ou tolerância alterada à glicose, 59% desenvolveram níveis normais de glicemia e 5% desenvolveram diabetes tipo 2. Não houve diferença com relação a gênero, idade, circunferência da cintura ou índice de massa corporal entre as pessoas que desenvolveram diabetes ou permaneceram pré-diabéticas.
Com maior proporção de ômega-3/ômega-6 (0,151 ± 0,04) e maior porcentagem de energia proveniente de ácidos graxos ômega-3 (2 ± 1%), foi relatado um aumento de 90 g/semana no consumo de peixe entre os indivíduos que se tornaram normoglicêmicos. Contrariamente, menor porcentagem de energia proveniente dos ácidos graxos ômega-3 (1,86 ± 1,1%) e menor proporção de ômega-3/ômega-6 (0,142 ± 0,04) foram encontrados naqueles indivíduos que permaneceram pré-diabéticos, que não aumentaram sua ingestão de peixes.
Estudos relatam que a dieta consumida no Japão, rica em ácidos graxos ômega-3, é o alicerce para a proteção contra as doenças cardiovasculares e que os descendentes de japoneses nascidos no Brasil passam a adotar um estilo de vida ocidental, fortemente associado com o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2.
A hipótese deste estudo seria que mudanças na dieta poderiam melhorar o metabolismo da glicose. Mais especificamente, que a relação entre os ácidos graxos dietéticos, especialmente o ômega-3, e a razão entre ômega-3 e ômega-6, poderiam melhorar a tolerância à glicose após 12 meses de intervenção em brasileiros descendentes de japoneses com alto risco para desenvolver diabetes tipo 2.
Antes da intervenção, 455 descendentes de japoneses foram selecionados, sendo 36% deles com tolerância normal à glicose, 9,2% com glicemia de jejum alterada (ou “pré-diabetes”, glicemia de jejum de 100 a 125 mg/dL ou 5,6 a 6,9 mmol/L), 25% com tolerância alterada à glicose (glicemia de 140 a 199 mg/dL ou 7,8 a 11,0 mmol/L na segunda hora do teste da curva glicêmica) e 29% portadores de diabetes tipo 2.
Destes indivíduos, os autores selecionaram apenas os que apresentavam glicemia de jejum alterada e tolerância alterada à glicose, somando um total de 156 participantes. O estudo consistiu das seguintes intervenções no estilo de vida: 150 minutos de atividade física por semana, redução do consumo de carne vermelha, aumento do consumo de peixes (especialmente a sardinha, pois se trata de um peixe facilmente encontrado no Brasil, de baixo custo e elevado teor de ômega-3), aumento do consumo de óleo de oliva (duas porções por dia) e oleaginosas, além das recomendações gerais, como consumo de 400 g de frutas e vegetais por dia, redução da energia proveniente das gorduras saturadas (< 10%), redução de frituras e aumento do consumo de leite e derivados (2 a 3 porções por dia). Para os indivíduos com sobrepeso ou obesidade central foi prescrita uma dieta com restrição de 500 a 1000 Kcal/dia. Os participantes com peso dentro da normalidade puderam comer à vontade.
Durante os 12 meses de intervenção, os participantes frequentaram algumas sessões com nutricionistas e treinadores físicos. Foram colhidas medidas bioquímicas, antropométricas e recordatórios alimentares.
A idade dos participantes variava entre 31 e 87 anos. Após o período de intervenção, 36% dos indivíduos permaneceram com glicemia de jejum alterada ou tolerância alterada à glicose, 59% desenvolveram níveis normais de glicemia e 5% desenvolveram diabetes tipo 2. Não houve diferença com relação a gênero, idade, circunferência da cintura ou índice de massa corporal entre as pessoas que desenvolveram diabetes ou permaneceram pré-diabéticas.
Com maior proporção de ômega-3/ômega-6 (0,151 ± 0,04) e maior porcentagem de energia proveniente de ácidos graxos ômega-3 (2 ± 1%), foi relatado um aumento de 90 g/semana no consumo de peixe entre os indivíduos que se tornaram normoglicêmicos. Contrariamente, menor porcentagem de energia proveniente dos ácidos graxos ômega-3 (1,86 ± 1,1%) e menor proporção de ômega-3/ômega-6 (0,142 ± 0,04) foram encontrados naqueles indivíduos que permaneceram pré-diabéticos, que não aumentaram sua ingestão de peixes.
O consumo de oleaginosas foi baixo e nenhum participante relatou ter feito uso de suplementação de óleo de peixe.
A prática de atividade física também se relacionou com a melhora do metabolismo da glicose, sendo diretamente proporcional à chance de desenvolver normoglicemia.
“Os resultados mostraram a importância da qualidade antes da quantidade das gorduras dietéticas sobre o metabolismo da glicose. Isto é de grande interesse para a saúde pública, a fim de promover hábitos de vida saudáveis visando à prevenção de doenças crônicas”, relatam os autores.
“Por razões éticas, não houve um grupo controle, e isto foi a maior limitação do nosso estudo. Nenhuma conclusão pode ser concreta sem a presença de um grupo controle adequado”, concluem os autores.
A prática de atividade física também se relacionou com a melhora do metabolismo da glicose, sendo diretamente proporcional à chance de desenvolver normoglicemia.
“Os resultados mostraram a importância da qualidade antes da quantidade das gorduras dietéticas sobre o metabolismo da glicose. Isto é de grande interesse para a saúde pública, a fim de promover hábitos de vida saudáveis visando à prevenção de doenças crônicas”, relatam os autores.
“Por razões éticas, não houve um grupo controle, e isto foi a maior limitação do nosso estudo. Nenhuma conclusão pode ser concreta sem a presença de um grupo controle adequado”, concluem os autores.
Fonte: Nutriotal
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