sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Álcool

O álcool é a substância química mais utilizada pela humanidade. Está presente na maioria das festas e rituais religiosos. Quase todos os países do mundo, onde o consumo é aceito, possuem uma bebida típica da qual se orgulham.

FIGURA 1: Há uma grande variedade de bebidas alcoólicas espalhadas pelo mundo, fazendo do álcool a substância psicoativa mais popular do planeta.




Apresentações e modo de uso
Substância lícita que possui uma variedade incontável de bebidas ao redor do mundo, obtidas por fermentação ou destilação da glicose presente em cereais, raízes e frutas. É consumido exclusivamente por via oral. O consumo de álcool é medido por doses. Uma dose equivale a 14 gramas de álcool. Para obter as doses-equivalentes de uma determinada bebida, é preciso multiplicar a quantidade da mesma por sua concentração alcoólica. Tem-se, assim, a quantidade absoluta de álcool da bebida. Em seguida, é feita a conversão: 1 dose para cada 14g de álcool da bebida (quadro 1).

Quadro 1: Unidades de álcool em cada dose de bebida
Bebida Volume Teor Alcoólico Quantidade de Álcool
(Volume x Teor Alcoólico)
Gramas de Álcool
(Volume de Álcool x 0,8*)
Dose
1D = 14g
Vinho Tinto 150ml 12% 18ml 14,4g 1
1 lata de Cerveja 350ml 5% 17,5ml 14g 1
Destilado 40ml 40% 16ml 12,8g 1
(*) A quantidade de álcool em gramas é obtida a partir da multiplicação do volume de álcool contido na bebida pela densidade do álcool (d=0,8).

De modo geral, considera-se que as mulheres correrão menos riscos de desenvolverem problemas de saúde, aquelas que ingerirem até 7 doses de álcool por semana ou 3 por dia, enquanto os homens poderão ingerir até 14 doses na semana ou 4 no mesmo dia. O cálculo semanal das unidades de álcool permite a determinar o uso de baixo risco, uso nocivo e dependência para os homens e para as mulheres.
Efeitos agudos

O álcool é um depressor do cérebro e age diretamente em diversos órgãos, tais como o fígado, coração, vasos e na parede do estômago. A intoxicação é o uso nocivo de substâncias, em quantidades acima do tolerável para o organismo. Os sinais e sintomas da intoxicação alcoólica caracterizam-se por níveis crescentes de depressão do sistema nervoso central. Inicialmente há sintomas de euforia leve, evoluindo para tonturas, ataxia e incoordenação motora, confusão e desorientação e atingindo graus variáveis de anestesia, entre eles o estupor e o coma. A intensidade da sintomatologia da intoxicação tem relação direta com a alcoolemia (quadro 2). O desenvolvimento de tolerância, a velocidade da ingestão, o consumo de alimentos e alguns fatores ambientais também são capazes de interferir nessa relação.
Algumas coisas podem alterar a ação do álcool no corpo. A presença de alimentos no estômago diminui a velocidade de absorção. Bebidas frisantes e licorosas são absorvidas com maior rapidez.

Quadro 2: Níveis plasmáticos de álcool (mg%) e sintomatologia relacionada
Alcoolemia
(mg%)
Quadro clínico
30 Euforia e excitação
Alterações leves da atenção
50 Incoordenação motora discreta
Alteração do humor personalidade e comportamento
Não é permitido dirigir acima desse nível alcoólico
100 Incoordenação motora pronunciada com ataxia
Diminuição da concentração
Piora dos reflexos sensitivos
Piora do humor
200 Piora da ataxia
Náuseas e vômitos
300 Disartria
Amnésia
Hipotermia
Anestesia (estágio I)
400 Coma
Morte (bloqueio respiratório central)


Efeitos agudos físicos

# Aumento da diurese;
# Redução dos reflexos motores, marcha cambaleante;
# Náuseas e vômitos;
# Aumento da freqüência e da pressão sanguínea.

FIGURA 3: A ação do álcool sobre o psiquismo. Doses iniciais desencadeiam sintomas de euforia e bem estar, gerando um clima sociável e receptivo. O aumento do consumo produz incoordenação motora e marcha cambaleante (ataxia). Níveis acentuados de consumo levam à sonolência, sedação e em casos mais graves, ao coma


Efeitos crônicos
Síndrome de abstinência
- Inicia-se horas após a interrupção ou diminuição do consumo. Os tremores de extremidade e lábios são os mais comuns, associados a náuseas, vômitos, sudorese, ansiedade e irritabilidade. Casos mais graves evoluem para convulsões e estados confusionais, com desorientação temporal e espacial, falsos reconhecimentos e alucinações auditivas, visuais e táteis (delirium tremens).

FIGURA 4: O consumo intenso de álcool por longos períodos leva ao aparecimento de sintomas de abstinência. Casos mais graves evoluem para quadros confusionais, com desorientação no tempo e espaço, falsos reconhecimento e alucinações visuais e auditivas. Isso é denominado delirium tremens



Complicações clínicas

O álcool tem ação tóxica direta sobre diversos órgãos quando utilizado em doses consideráveis, por um período de tempo prolongado (quadro 3).
As mais freqüentes são [estômago] as gastrites e úlceras, [fígado] hepatites tóxicas, esteatose (acúmulo de gordura nas células do fígado, decorrente da ação tóxica do álcool sobre suas membranas), cirrose hepática, [pâncreas] pancreatites, [sistema nervoso] lesões cerebrais, demência, anestesia e diminuição da força muscular nas pernas (neurites), [sistema circulatório], miocardites, predisposição ao depósito de placas gordurosas nos vasos, com risco de infartos, hipertensão e acidentes vasculares cerebrais (derrames). O álcool aumenta o risco de neoplasias no trato gastrintestinal, na bexiga, na próstata e outros órgãos
Quadro 3: Principais complicações decorrentes do uso crônico e intenso de álcool
Sistema
gastro- intestinal
Hepatopatias (esteatose e cirrose hepáticas, hepatite)
Pancreatite crônica
Gastrite
Úlcera
Neoplasias (boca, língua, esôfago, estômago, fígado, ...)
Sistema
circulatório
Cardiomiopatias
Hipertensão arterial sistêmica
Sangue Anemias (especialmente a anemia megaloblástica)
Diminuição na contagem de leucócitos
Sistema
nervoso periférico
Neuropatia periférica
Sistema
reprodutor
Impotência (homens)
Alterações menstruais e infertilidade (mulheres)
FONTE: Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas) / NEAD - Núcleo Einstein de Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Marcela! Qual o email para que eu envie releases sobre saúde? Abs, Luísa

Marcela Isabel Silveira CRN2: 9531 disse...

Oi Luisa, é isa_sil@hotmail.com ...
Estou no aguardo desde já, obrigada!

Camila Ferrabrás Alho disse...

Adorei !!! muito bom o blog.
Posso te add? Me adicione tb!!

Beijocas