terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Quais alimentos devem ser evitados na gestação para minimizar a azia?


Durante a gestação, a mulher sofre diversos ajustes fisiológicos. Estas modificações podem causar sintomas desagradáveis e um deles é o surgimento da azia, comum em cerca de metade das grávidas a partir do segundo trimestre da gestação. Muitas vezes, o tratamento dietético por si só é suficiente, não sendo necessária intervenção medicamentosa para o alívio deste sintoma indesejado.
Azia, ou pirose, segundo o DeCS (Descritores em Ciência da Saúde), é definida por uma dor subesternal ou sensação de ardência, normalmente associada com regurgitação de suco gástrico no esôfago ou, ainda, uma "sensação de queimação da região retroesternal, estendendo-se até a base do pescoço ou para a garganta". Quando os episódios de azia são muito freqüentes, isto pode ser indicação da presença de refluxo gastroesofágico.
Ocorre que, durante a gestação, os níveis de progesterona estão elevados, causando um relaxamento da musculatura lisa. Assim, há um retardo no tempo de esvaziamento gástrico e, associado ao relaxamento do esfíncter, o conteúdo do estômago reflui para o esôfago. Estes sintomas potencializam-se ainda mais no último trimestre de gestação, quando o útero está bem maior e começa a comprimir o estômago, dificultando ainda mais o esvaziamento do mesmo.
A melhor maneira de driblar a azia durante a gravidez é evitar consumir certos alimentos e bebidas ditos como estimulantes da secreção ácido-gástrica, que retardam o esvaziamento gástrico. Sendo assim, o tratamento dietético consiste em retirar da dieta condimentos, molhos picantes, enlatados, alimentos gordurosos, doces, cremes, chocolates, frutas ou sucos cítricos, bebidas gaseificadas, café, chá e álcool. O fumo, estresse e ansiedade também entram como agravantes dessa manifestação clínica.
Outras recomendações como fracionar a alimentação, diminuir o volume de cada refeição, mastigar corretamente os alimentos, não deitar após as refeições e/ou elevar a cabeceira da cama também ajudam a diminuir o sintoma.

Fonte:
Manual Merck: Alterações físicas durante a gravidez.

Souza AI, Filho MB, Ferreira LOC. Alterações hematológicas e gravidez. Rev Bras Hematol Hemoter. 2002;24(1):29-36. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbhh/v24n1/a06v24n1.pdf. Acessado em 02/12/2008.

Centro Pré-Natal de Diagnóstico e Tratamento – Orientações e Informações.

Barros SGS. Doença do refluxo gastroesofágico: prevalência, fatores de risco e desafios. Arq. Gastroenterol. 2005

Moraes-Filho JP et al. Prevalence of heartburn and gastroesophageal reflux disease in the urban Brazilian population. Arq. Gastroenterol.

Greco A. Refluxo gastroesofágico: o que fazer por este paciente? CEFAC – Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica. São Paulo, 1999. 02/12/2008.

Brasil. Biblioteca Virtual em Saúde – 02/12/2008.

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